
Um novo ídolo. Alguém imaginado, se calhar alguém impossível de existir. Encantou-me a forma como lidava com a vida que sempre se impôs tão difícil. Caracterizada pela melancolia, mas também pela certeza do amor. Um amor quase inatingível numa humildade inimaginável.

É muito bonito ver os «gostosões» da novela, tem sempre piada uma história de amor entre um casal, é engraçado quando o cómico da novela faz das suas maiores palhaçadas, mas melhor do que isto é aprender com a personagem que não demonstra grande beleza exterior, que não possuí bens materiais, que não é a boa nem a má da fita. É simplesmente alguém normal, numa vida quotidiana de sofrimento e trabalho, mas com um coração colossal. Peguei-me imenso a esta forma de ser da «D. Dulce». Foi das primeiras personagens que fazia verter uma lágrima ou outra, não de tristeza, nem de lamechices, mas de encanto. Lágrimas sobre lições de moral que todos devíamos ouvir a cada dia, para que nunca esqueçamos aquilo que nos move, aquilo que somos e o que fazemos em terra. Vontade de um dia ser assim :) Antes de ir para Paris fiz questão que o meu irmão gravasse todos os episódios (últimos) da novela, para eu conseguir ver o final.
Infelizmente o final dela é a morte, com um carcinoma no útero. Falta de acesso a cuidados médicos e excesso de trabalho não deixaram que o final fosse contado de outra forma. - Oh Dulce pudesse eu curar-te para viveres sempre no meu coração, e me dizeres todos os dias o caminho certo. - Mas como sabem, mesmo na realidade do nosso dia-a-dia, os bons não duram muito e muitas vezes são os primeiros a partir.
Vou ter saudades tuas, da tua simplicidade, da tua humildade, do teu coração, da tua forma de ser, dos teus ensinamentos.
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